No quarto carnaval apresentado
após a fundação em 1953, os Acadêmicos do Salgueiro levaram para
a avenida um dos desfiles mais marcantes da escola até então. Com o enredo “Navio Negreiro”,
a escola mergulhou fundo na dramaticidade exposta às últimas consequências no poema de
Castro Alves e foi à luta com um grito pela liberdade.
A concepção estética do desfile
ficou a cargo do artesão da Casa da Moeda, Hildebrando Moura, artista que colaborou desde o primeiro carnaval salgueirense, com o enredo “Uma Romaria à
Bahia”, de 1954.
Nesse raro registro fotográfico, publicado na edição de 6 de
março de 1957 do Jornal Última Hora, podemos observar um pouco do trabalho de
Hildebrando Moura, com um navio negreiro ao fundo, trazendo à frente foliões vestidos
como homens escravizados.
O samba, de autoria de Djalma Sabiá
e Amado Régis, foi inspirado pela intensidade dramática da travessia do
Atlântico nos tumbeiros, encontrando total correspondência com o poema original
de Castro Alves. A obra salgueirense trouxe versos densos como este:
“No porão da embarcação
Com a alma em farrapos
De tantos maus tratos
Vinham para a escravidão”.
Clique e ouça:
Seu trabalho enobrece ainda mais o orgulho salgueirense!
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